Criança
Em Fortaleza, crianças dos 5 aos 14 anos estão inseridas na faixa etária de maior risco para ter a doença (Foto: Divulgação)
No Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil, lembrado nesta sexta-feira (23), a onco-hematologista Isis Magalhães afirmou que a doença em crianças é diferente da diagnosticada em adultos. Nas crianças, as células malignas são geralmente mais agressivas e crescem de forma rápida. Os tumores dificilmente são localizados e o tratamento não pode ser feito com cirurgia.
Em Fortaleza, a leucemia é o tipo mais comum, atingindo uma média percentual de 30% das crianças e adolescentes diagnosticadas com câncer. O percentual segue a tendência nacional em que os tipos mais comuns são a leucemia (doença maligna dos glóbulos brancos) e os linfomas (que se originam nos gânglios). Os dados são do Instituto Nacional do Câncer (Inca) que indicam também uma média de 9 mil casos de câncer infantil detectados no país.
Especificidades do câncer infantil
Outra peculiaridade do câncer infantil é que não há forma de prevenção, uma vez que não é possível explicar a razão do surgimento dos tumores. Isis alertou que os sinais da doença podem ser facilmente confundidos com os de quadros bastante comuns em crianças, como infecções. Alguns exemplos são o aparecimento de manchas roxas na pele e anemia. Os sintomas, entretanto, devem se manifestar por um período superior a duas semanas para causar algum tipo de alerta.
“É preciso saber identificar quando aquilo está passando do limite e quando é normal. Afinal, qual criança não tem uma mancha roxa na canela de vez em quando? Dependendo da situação, a lista de sinais causa mais desespero nos pais do que ajuda”, explicou. A orientação, segundo ela, é levar as crianças periodicamente ao pediatra.
Combate à doença
Isis também defende que os próprios oncologistas pediátricos orientem profissionais de saúde da rede básica sobre os sinais de alerta do câncer infantil. A ideia é que o pediatra geral e o agente de saúde, por exemplo, sejam capazes de ampliar seu próprio grau de suspeita, prescrever exames mais detalhados e, se necessário, encaminhar a criança ao especialista.
“A doença não dá tempo para esperar. É preciso seguir o protocolo à risca, porque essa é a chance da criança. O primeiro tratamento tem que ser o correto”, disse. Isis destacou também a importância de centros especializados de câncer infantil, já que a doença precisa ser combatida por equipes multidisplinares, compostas por oncologistas, pediatras, neurologistas, cardiologistas, infectologistas e mesmo psicólogos, odontólogos e fisioterapeutas, além do assistente social.
Ação na Associação Peter Pan
Para marcar o dia de combate ao câncer infantojuvenil, a Associação Peter Pan realizou na manhã desta sexta-feira uma ação especial para a data. Crianças e adolescentes ajudaram na pintura da parede da nova sala de telemarketing da associação.
As crianças e adolescentes que participaram da ação fazem parte do Socializando Jovens, um dos programas sociais da associação, onde acontecem atividades psicopedagógicas de resgate ao desejo de aprender, por meio de intervenções educacionais, sociais, culturais e de lazer.