Páginas

terça-feira, 9 de junho de 2015

Para cada criança na fila de adoção há seis

Para cada criança na fila de adoção há seis famílias interessadas

Maioria prefere bebês, e 87,42% das crianças aptas a serem adotadas têm mais de cinco anos. Mais: 26,33% dos futuros pais adotivos só aceitam crianças brancas



Casal brinca com criança em Brasília no último dia 25 de maio, Dia Nacional da Adoção

Leia também

Estatuto da Família afugenta casais homossexuais da fila de adoção

A força da amamentação

Gênero: uma construção social?

'Casamento gay na Irlanda é revolução social', diz Bispo de Dublin

Os Direitos Humanos nas escolas

No último 25 de maio, associações e órgãos do Estado realizaram eventos para lembrar o Dia Nacional da Adoção. Muitos deles incentivavam a chamada adoção tardia, a recepção de crianças de faixa etária mais elevada, o que poderia ajudar a resolver o impasse existente no Brasil: há 5,6 mil crianças precisando de adoção, mas a maioria não se encaixa no perfil desejado pelas mais de 30 mil pessoas querendo adotar.

Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em todo Brasil há 5.624 crianças aptas a serem adotadas. Para cada uma delas há seis adotantes (casais ou pessoas sozinhas) que poderiam ser seus pais (33.633), mas não são. 

De acordo com o juiz Reinaldo Cintra Torres de Carvalho, da Vara da Infância e Juventude do Foro Regional da Lapa, São Paulo, o motivo do descompasso é claro: “os futuros pais têm um sonho adotivo com a criança que irá constituir a família, e a maioria dos pais deseja recém-nascidos de pele clara”. Outros pais desejam especificamente um bebê, e não querem crianças com mais de um ano.

Ocorre que apenas 6% das crianças aptas a serem adotadas têm menos de um ano de idade, enquanto 87,42% têm mais de cinco anos, faixa etária aceita por apenas 11% dos pretendentes. A questão racial também pesa: 67,8% das crianças não são brancas, mas 26,33% dos futuros pais adotivos só aceitam crianças brancas.

A preferência por crianças menores se explica, em parte, pelo desejo de o pai adotivo ter uma experiência considerada completa com a criança. Há dois meses na fila para adotar em São Paulo, Eliane dos Santos de Santana, de 32 anos, espera por uma criança de até um ano de vida e não faz restrições à cor de pele: "Vai ser meu primeiro filho, quero ter a oportunidade de passar por todas as experiências, acordar de madrugada para cuidar dele, ver os primeiros passinhos", diz. 

Alessandra Pereira Paulo, 45 anos, por sua vez, faz parte de uma minoria. Não tem filhos e espera por uma menina que tenha entre 2 anos e meio e 8 anos. Para ela, uma criança maior se adaptaria melhor ao seu ritmo de vida. "Já que eu tenho disponibilidade em adotar uma criança mais velha, por que não, já que tem tanta criança grande nos abrigos?".

Ela também conta que acha interessante o fato de a criança mais velha já saber conversar e contar sua história. "Eu participaria mais da vida dela e ela da minha. Seria uma adoção mútua: eu adoto ela como filha e ela me adota como mãe. Um bebê não teria isso, encaixaria em outro sonho, mas não no meu, e é importante a pessoa ser honesta com o que quer".

O perfil das crianças na fila da adoção pode ser explicado por sua origem. A maior parte delas vem de setores vulneráveis da sociedade. Segundo Carvalho, os principais motivos que levam famílias a perderem seus menores são a negligência, o abandono e a violência física e sexual. 

Crack e HIV

Suely Apparecida Gracia, diretora do Grupo Assistencial Alvorada Nova, em Pirituba, zona oeste de São Paulo, que fundou há 19 anos, nota uma peculiaridade: “dos 15 bebês que tenho aqui, todos vieram por causa das drogas e tem sido assim há alguns anos, tanto que nos especializamos em cuidar de prematuros, já que as mães usuárias de drogas, principalmente crack, não conseguem levar a gestação até o fim”. 

O juiz Torres de Carvalho, da Vara da Infância e Juventude, explica que, apesar de as drogas não constarem dentre os principais motivos, o uso delas constitui um fato originário: “Essas famílias não conseguem cuidar dos filhos, o que leva à negligência”.

Nem sempre os problemas estão concentrados nos pais das crianças. Muitas vezes a família inteira tem dificuldades. Um hospital, ao perceber que a genitora não tem condições de exercer a maternidade, aciona um assistente social para procurar alguém da família para se responsabilizar pela mãe e pelo bebê. Segundo Gracia, sempre se tenta encontrar a família dos pequenos, quase sempre em vão. “Normalmente não encontramos os pais, mas nos deparamos com os avós, também drogados. Então não deixamos o bebê com eles, senão a situação vai continuar. Assim, percebo que é um problema que vem de longe”.

Este cenário cria, para algumas crianças, uma dificuldade a mais: a infecção pelo vírus HIV. Das 250 crianças que já passaram pelo abrigo de Gracia, apenas cinco eram portadoras do vírus, e quatro conseguiram negativá-lo graças a medicamentos tomados logo após o nascimento. Ainda assim, há 92 crianças com o vírus da Aids na fila geral de adoção do Brasil.

O cenário, no entanto, não é de todo negativo. Segundo Carvalho, as campanhas pela adoção tardia têm feito crianças mais velhas e seus irmãos serem adotados com menos dificuldades. “Acredito que as pessoas precisam começar a pensar com mais amplitude para que os preconceitos sejam em menor número e intensidade", afirma Carvalho. "Uma criança mais velha precisa de uma família tanto quanto um recém-nascido. Se as pessoas acordarem para isso, tenho certeza de que serão felizes como pais adotivos”, diz.

domingo, 7 de junho de 2015

Maior bebê do Brasil tem peso de criança de 2 anos e é saudável

Desde que nasceu, o filho da agricultora Hosana da Silva, de 24 anos, e do técnico em enfermagem Macionílio Calaça, de 37 anos, tem sido notícia em todo o Brasil. O pernambucano Moacir, que completou recentemente nove meses, nasceu com 7,650 kg e 58 centímetros, tornando-se o maior bebê nascido no país. Atualmente, ele pesa 13,9 kg, peso que, segundo pediatras, se aproxima ao de uma criança de dois anos. 

A mãe, que mora no Sertão pernambucano, conta que enfrenta dificuldades no dia a dia por causa do peso do bebê. “Ele é muito pesado. É difícil levar ele para os locais. Desde que nasceu, a gente precisa levar para médico, fazer acompanhamento. É complicado, pois ele não anda e, no colo, não aguento o tempo todo”,  afirma. O bebê passou por um bateria de exames em Caruaru no mês de maio, que não apontaram nenhum problema.

De acordo com o pediatra Luiz Bandim, que realizou os exames, Moacir é uma criança normal e saudável. “Fizemos exames de sangue, colesterol, hormônios entre outros. E todos deram um resultado muito satisfatório. Ele pode ter algum tipo de complicação para começar a andar, por causa do excesso de peso, mas terá uma vida normal”, explica.

O pediatra afirmou ainda que o bebê tem menos chances de crescer obeso por causa da amamentação. “Ele está parando de mamar agora. A amamentação reduz muito o risco de obesidade. Ele poderá crescer e ter o peso normal. Tem uma nutricionista o acompanhando para manter uma dieta saudável. A tendência nos próximos meses é que ele siga crescendo, mas engordando menos”, detalha.

Moacir nasceu em Floresta, no SertãoFoto: Arquivo Pessoal/Hosana da Silva.

A mãe do menino afirma que segue a dieta preparada pela nutricionista. “Às vezes, falta uma coisa ou outra, mas, sempre que podemos, compramos as frutas e os legumes indicados. A gente tem dificuldade de comprar tudo, mas não deixa por nada de cuidar bem dele”, conta. Ela afirma ainda que nunca sofreu nenhum tipo de preconceito. “Desde que nasceu, todo mundo tem curiosidade. Ninguém nunca ofendeu a gente”.

Para vestir o menino, a agricultora conta que precisa comprar roupas para crianças mais velhas. “O tamanho da idade dele não cabe de jeito nenhum. Tem algumas roupas de dois anos que ainda dão, mas alguns shorts só dão se forem para crianças de três anos”, revela.

NASCIMENTO – Moacir nasceu em uma cesariana no dia 3 de setembro em Floresta, no Sertão de Pernambuco. Ele foi transferido para um hospital em Serra Talhada, também no sertão pernambucano, e depois passou por uma série de exames no Hospital Barão de Lucena, no Recife. O peso e o tamanho do menino surpreenderam a equipe médica responsável pelo parto. O enxoval, feito antes do nascimento, foi doado, já que nenhuma peça coube em Moacir.

De acordo com a mãe da criança, a gestação de Moacir, segundo filho do casal, foi tranquila. Ela não teve nenhum tipo de complicação e só descobriu o peso do bebê após o parto. "Fizemos uma ultrassonografia, mas não deu para saber quanto ele estava pesando. Meu primeiro filho nasceu com mais de quatro quilos, o médico disse que pode ser alguma coisa da genética", revela.

sábado, 6 de junho de 2015

SÍNDROME RESPIRATÓRIA MERS

síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS), também chamada de síndrome respiratória coronavírus do Oriente Médio, trata-se de uma desordem que foi identificado pela primeira vez em abril de 2012 na Arábia Saudita, que têm se propagado com rapidez e que apresenta elevada mortalidade, de acordo com estudos realizados em hospitais sauditas.
mersDe abril de 2012 a junho de 2013, foram registrados 64 casos da MERS, dos quais 38 pacientes faleceram, o que representa uma mortalidade de 59%.
O vírus da MERS pertence à mesma família do vírus responsável pela síndrome da angústia respiratória (SARS), que causou aproximadamente 800 mortes no ano de 2003.
A contaminação ocorre por meio de perdigotos expelidos durante tosse ou espirros e também através do contato físico com um indivíduo infectado, como durante aperto de mãos ou abraço. Além disso, o vírus pode espalhar-se por fômites ou superfícies contaminadas.
A incubação deste coronavírus dura em torno de quatro dias. As manifestações clínicas iniciam-se com febre alta e tosse branda, que pode persistir por vários dias, podendo evoluir para pneumonia. Alguns pacientes também podem apresentar sintomas gastrointestinais.
Para o estabelecimento do diagnóstico é recomendado obter amostras de secreções das vias aéreas inferiores, sempre que possível.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças Americano emitiu um comunicado pata todos os hospitais do país para manterem-se atentos aos pacientes que apresentam sintomas de gripe e que passaram recentemente pelo Oriente Médio.
Até o momento não existe tratamento e nem controle específicos para o vírus da MERS. A recomendação dos médicos é lavar as mãos com água e sabão frequentemente, especialmente após o contato com ambientes públicos, não tocar nos olhos, na boca ou no nariz, bem como evitar o contato com pessoas doentes.