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quinta-feira, 28 de março de 2013

CUIDADOS COM A CRIANÇA : CIRURGIA

Mais uma criança morre à espera de transplante

Sem equipe de cirurgia, Hospital Federal de Bonsucesso, o único a fazer operações do tipo em crianças no Rio, está há quatro meses sem transplantar pacientes

POR Paloma Savedra
Rio -  A crise no Hospital Federal de Bonsucesso vai virar caso de Justiça. Após a segunda morte, em três dias, de pacientes infantis na fila de espera por transplante, a Defensoria Pública da União pretende ajuizar ação civil pública para que a União, por meio do Ministério da Saúde, recomponha a equipe cirúrgica da unidade em 15 dias, sob pena de R$ 100 mil de multa diária.

A falta de profissionais no local levou à suspensão, desde 5 de dezembro de 2012, dos transplantes de rim e fígado. O hospital é o único do estado a realizar esse tipo de procedimento em crianças.

“Estou entrando em contato com as famílias das crianças que estão na fila de espera. Será uma ação coletiva, pois vai beneficiar a todos. Esses pacientes não podem ser prejudicados”, declarou o defensor público Daniel Macedo, que está à frente do caso.
Foto: Agência O Dia
Fachada do Hospital Geral de Bonsucesso: falta de médicos suspendeu cirurgia para transplantes  | Foto: Agência O Dia
Para o médico da unidade e diretor do sindicato da classe, Júlio Noronha, o abandono da unidade é visível: “O descaso, acentuado nos últimos dois anos, é perceptível tanto do ponto de vista físico, pela má conservação do prédio, quanto pela falta de profissionais”.

Noronha critica a falta de investimentos no hospital, que está com um especialista na área: “Há 33 anos fazemos transplante renal e há 13, de fígado. Deixamos de realizá-los, colocando em risco a população. Há duas crianças, cujos doadores são os pais, esperando pela cirurgia que não pode ser realizada”.

Duas pacientes que estavam na fila por cirurgia morrem

Morreu na sexta-feira, aos 11 anos, a menina Dricielle de França, de Macaé. Ela esperava por um transplante de rim desde dezembro de 2011. No dia 23 de fevereiro, fora procurada pela unidade porque havia um órgão para ela, que não pode vir ao Rio naquele dia pois sua mãe não tinha dinheiro. O hospital não providenciou o transporte da criança, e o órgão foi para outra paciente.

Há um ano na fila para transplante, Ana Paula Ferreira, de 3, morreu domingo. Segundo o Ministério da Saúde, a menina e o seu pai, o doador, não tinham condições de passar pela cirurgia. No dia 11, a criança apresentou complicações e foi internada na UTI pediátrica do HFB.

O órgão informou que está recompondo o setor de transplantes da unidade, antes formado por três médicos — um se aposentou e o segundo retornou à instituição de origem. E um médico habilitado para a cirurgia não é o suficiente, devido à complexidade do procedimento.

Estado promete transplante em abril

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a partir de abril, o Hospital Estadual da Criança passará a fazer transplantes. A unidade terá capacidade para realizar até 20 cirurgias de rim e 20 de fígado por mês.

A coordenação do Programa Estadual de Transplantes (PET) — que regula o sistema de transplantes no Rio — tem atuado para compensar a falta do serviço em Bonsucesso, enviando pacientes e órgãos para serem transplantados fora do estado.

O PET afirma que adultos ou crianças que estão na fila da unidade poderão ser transplantados em outros locais, assim que conseguir órgão. O telefone do Disque-Transplante é 155.

segunda-feira, 18 de março de 2013

CUIDADOS COM A CRIANÇA : AFOGAMENTO

NAO FAZ TEMPO QUE POSTEI UM TÓPICO SOBRE AFOGAMENTO E CUIDADOS , QUERO ENFATIZAR QUE PAIS E RESPONSÁVEIS POR CRIANÇAS E ADOLESCENTES DEVEM ESTABELECER VIGILÂNCIA AO MÀXIMO DE SUAS CRIANÇAS , POR QUE NUNCA SE SABE O QUE O MAR É TRAIÇOIEIRO  MUITO PERIGOSO , É UMA VIDA QUE SE VAI QUE PODE SER SUA FILHA OU FILHO . QUE DEUS TE ABENCOE

O afogamento é o resultado da dificuldade ou da impossibilidade de respirar por afundamento em qualquer líquido. Pode levar à parada cardiorrespiratória e ao estado de choque.
Se as funções respiratórias não forem restabelecidas dentro de 3 a 4 minutos, as atividades cerebrais cessarão totalmente, causando a morte. Por essa razão é necessário realizar socorro rápido e imediato.

Como agir:

- Peça socorro a pessoas habilitadas (salva-vidas) e não tente fazer o salvamento a
menos que tenha sido treinado para isso
- Retire a vítima da água usando algum objeto que flutue, puxando-a para um local seguro
- Evite tentar o salvamento sozinho e sem recursos materiais (boia, corda,
embarcação etc.)
- Se a vítima estiver lúcida, coloque-a deitada e vire-a para a direita, com a
cabeça mais elevada em relação ao tronco. Acalme-a, mantenha-a aquecida e, se
ela ingeriu boa quantidade de líquido, transporte-a imediatamente ao hospital
- Se o afogamento originar parada cardiorrespiratória, realize a reanimação
cardiopulmonar (ver item “parada cardíaca”) ou solicite que alguém habilitado para
tal faça isso. A vítima deve ser conduzida o mais rápido possível ao hospital.
- Em caso de hipotermia (temperatura corporal abaixo de 35° C), aqueça-a e conduza-a ao hospital.

Como prevenir:

- Após ingerir alimentos espere no mínimo 1 hora para entrar na água
- Se ingerir bebida alcoólica, não entre na água
- Evite pular na água em locais desconhecidos, pois muitas pessoas se acidentam batendo com a cabeça em pedras, galhos e no fundo de rios
- Procure se banhar em locais onde haja salva-vidas, pois a quase totalidade dos
afogamentos acontece em locais desprotegidos
- Respeite a sinalização do local e a orientação dos salva-vidas
- Converse com o salva-vidas antes de entrar na água. Ele pode fornecer dicas
valiosas sobre correnteza, buracos e locais de maior risco para banho

segunda-feira, 11 de março de 2013

CUIDADOS COM A CRIANÇA: QUEIMADURA

ACIDENTE: CRIANÇA MORRE APÓS QUEIMADURA


Duas mortes registradas no HUSE deixaram profissionais da saúde e parentes muito triste. Uma criança de apenas três anos de idade morreu envenenada por “chumbinho”. As informações são de que Mateus Santos Santana, 3 anos, morreu após comer uma bolacha que continha o veneno. Gilberto Andrade que reside em Paripiranga, na Bahia estava em estado de choque no momento da retirada do corpo do filho.
Fatalidade e tristeza. Esse é o sentimento de outra família após uma criança de apenas 9 meses ser vitima de um acidente doméstico e morrer após sofrer queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus.
As informações são de que Robson Augusto Oliveira Santos, 9 meses, morreu no Hospital João Alves Filho (HUSE), onde estava internado após um acidente domestico, ocorrido à rua Alan Kardec, no bairro Getulio Vargas em Aracaju, na ultima sexta-feira. As primeiras informações são de que a criança estava em um “anda já” e seguia pela casa atrás da mãe.
A mãe da criança que no momento  preparava um bacalhau, ou seja, o peixe estava sendo escaldado em uma panela com água quente em cima de uma mesa. Próximo à panela com água fervendo, havia um pano (pano de prato), o que acabou chamando a atenção da criança que alcançou o pano e acabou puxando. Com isso, a panela acabou virando para cima da criança.
Desesperada a mãe socorreu a criança de imediato encaminhando-a ao hospital, porem a criança não resistiu às queimaduras e acabou morrendo.
Após a morte da criança, a tia reclamou do atendimento oferecido pelo hospital. Segundo ela, faltou medicamentos para o tratamento da criança. A tia conta que a família comprou os medicamentos para a criança.
O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal e já foi liberado para o sepultamento. O corpo está sendo velado na residencia da familia e o sepultamento será às 16 horas no cemitério Santa Isabel.CUI

terça-feira, 5 de março de 2013

CUIDADOS COM A CRIANÇA : MAIS ATENÇÃO A SAUDE PUBLICA ,INSETOS

O pai de uma criança que está internada na UTI pediátrica do Hospital Regional, em Sorocaba, encontrou um inseto dentro do respirador da filha na última terça-feira. Segundo ele, o bicho, conhecido popularmente como “tesourinha”, estava na mangueira do aparelho que bombeia ar diretamente para os pulmões da menina.
tesourinha
Quando percebeu o perigo, o homem chamou a equipe de enfermagem. Ainda de acordo com ele, os enfermeiros foram bastante solícitos e trocaram a peça rapidamente.

Porém, o pai da criança reclama da falta de estrutura no hospital.  “O ar-condicionado da UTI está quebrado há meses, então eles deixam as janelas abertas. A consequência disso é que entram muitos insetos no quarto”, afirma o pai, que não quis se identificar para preservar a criança.
Sobre o caso, a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde informou, em nota, que nenhum sistema, em nenhuma instituição, está completamente imune à entrada de pequenos insetos. A pasta afirmou ainda que o equipamento não estava em uso no momento em que o bicho foi encontrado e, por isso mesmo, estava sujeito à entrada de insetos.
Sobre o ar-condicionado da UTI pediátrica, a assessoria informou que já foram realizados os reparos necessários e o aparelho está funcionando dentro da normalidade.

A menina tem 2 anos e está internada no conjunto hospitalar há seis meses devido a uma síndrome rara de atrofia muscular. “Existem dias em que ela está bem, mas há dias em que não está, mas queremos tirá-la de lá o quanto antes”, afirma o pai.

domingo, 3 de março de 2013

A PRATICA DE BULLYING PODERA VIRAR CRIME

A proposta do novo Código Penal de tipificar como crime a prática de bullying recebeu críticas de organizações da área da criança e do adolescente. "Isso é criminalizar a adolescência", disse a assessora de Políticas Públicas da Fundação Abrinq, Katerina Volcov. As organizações defendem que a proposta seja retirada do texto do novo Código Penal. "A gente acredita que o bullying tem que ser tratado de forma pedagógica, dentro do espaço escolar, completou Volcov.

De acordo com a Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (Pense), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 21% dos casos de bullying ocorrem nas salas de aula, mesmo com os professores presentes. Classificado como "intimidação vexatória" pela proposta do novo Código Penal, o bullying - ato de agredir fisicamente ou verbalmente algum menor de idade, de forma intencional e continuada - poderá ser considerado infração se for praticado por adolescentes.
O autor da prática, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, receberá medidas socioeducativas, como prestação de serviços, acompanhamento e internação e poderá resultar em até quatro anos de prisão quando o autor for maior de idade.

Além da proposta do novo Código Penal, as organizações analisaram 375 projetos em tramitação na Câmara e no Senado que tratam de temas envolvendo o público infantojuvenil. Entre os temas considerados prioritários estão a restrição de propaganda para crianças, o debate sobre a internação compulsória de crianças e adolescentes usuários de drogas  a redução da maioridade penal.

A adolescente Isabella Coelho Araújo, integrante do projeto Onda: Adolescentes em Movimento pelos Direitos disse ser contra a redução e defendeu a melhoria nas medidas socioeducativas. "O caminho é a gente investir em medidas para recuperar esses jovens."

As organizações não governamentais defendem ainda a aprovação do Plano Nacional de Educação. Atualmente o projeto encontra-se no Senado. Após a aprovação na Casa, será encaminhado novamente à Câmara. A expectativa é que seja aprovado ainda em 2013. O plano, encaminhado ao Congresso em dezembro de 2010, contém as metas para os próximos dez anos na educação.
"O objetivo é construir uma agenda de prioridades para os temas relacionados a crianças e adolescentes que estão no Congresso, disse a assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Cléo Manhas. As organizações consideram necessário mobilizar a sociedade e o Parlamento para questões considerados sensíveis. "Queremos realizar audiências públicas para debater este e outros temas, vamos fazer também uma carta pública e um abaixo-assinado virtual para pedir a retirada do bulliyng do Código Penal. Estamos sendo proativos," acrescentou Manhas.

sábado, 2 de março de 2013

DIREITOS DA CRIANÇA : NOVA LEI DA ADOÇÃO

Impedir que crianças e adolescentes permaneçam vários anos em abrigos, tirando a chance delas encontrarem um lar adotivo ou retornarem para o convívio dos parentes é o principal objetivo da nova lei de adoção, que entra em vigor no dia três de novembro. A institucionalização por tempo indeterminado reduz, dia a dia, a possibilidade da criança encontrar uma nova família, já que a preferência dos casais brasileiros continua sendo por bebês ou meninas de até dois anos de idade.


Na avaliação do promotor da Vara da Infância e Juventude de Cuiabá, José Antônio Borges, a Justiça e o Estado precisam ser rápidos na solução desses problemas. A nova lei propõe um modelo que dispensa os abrigos e prevê a instituição de famílias acolhedoras. Essas famílias cuidariam das crianças até que elas encontrassem um novo lar. Para o promotor, a proposta é interessante, mas ele ainda tem reservas sobre a sua funcionalidade. Se de um lado a proposta é positiva porque pode transformar famílias acolhedoras em futuros lares adotivos, do outro pode originar problemas futuros, criados pelos laços de amizade e amor que possam vir a unir as famílias às crianças, que podem não desejar mais voltar para a casa da família biológica, na maior parte das vezes mais humilde.
Em Cuiabá existem 46 crianças abrigadas, sendo que 619 já passaram pelos abrigos públicos de janeiro a setembro deste ano. Em pelo menos 50% dos casos, o que levou o poder público a retirar a criança da convivência dos pais foram maus-tratos. A outra metade foi a pobreza e as consequências que ela traz, como falta de saúde, educação e moradia. No Distrito Federal, há 163 crianças e adolescentes a espera de adoção. 93 têm entre doze e 18 anos e muitos entraram ainda bebês ou crianças pequenas. Em todo o Brasil, esse número chega a três mil.

De acordo com o chefe do Serviço de Adoção da 1ª Vara da Infância e da Juventude do DF, Walter Gomes Sousa, não faltam famílias já cadastradas e habilitadas à espera de um filho adotivo. São 419 casais na fila de adoção, quase três vezes mais do que o número de crianças que precisam de um novo lar. Mas, segundo ele, o problema é que 99% destas pessoas querem um bebê recém-nascido, ao passo que a maior parte destas crianças têm mais de cinco anos de idade.

sexta-feira, 1 de março de 2013

CUIDADOS COM A CRIANÇA : NÃO DEIXE MOEDAS POR PERTO

A menina de 5 anos que engoliu duas moedas há 10 dias em Pedeneiras (SP), foi encaminhada para o Hospital das Clínicas (HC) da Unesp de Botucatu na manhã desta quarta-feira (27).
Ela foi submetida a exame de endoscopia no estômago, mas os objetos não foram localizados. Em seguida a criança passou pelo setor de raio-x, que identificou a posição das moedas no intestino grosso.
Segundo a assessoria de imprensa do HC, Ana Júlia recebeu um laxante indicado por uma médica e aguarda o efeito do remédio em um quarto. Pela localização das moedas, que estão sobrepostas e grudadas a um pedaço de fita adesiva, não será preciso ser feito outro procedimento. Inclusive, a criança poderá ter alta do hospital durante à tarde.
Raio-X mostra as moedas juntas no estômago (Foto: Alan Schneider / G1  )Primeiro raio-X mostra as moedas juntas ao estômago
A mãe Isaltina está preocupada (Foto: Alan Schneider / G1)A mãe Isaltina está preocupada
Em entrevista Isaltina Adorno de Souza  na terça-feira (26), Isaltina contou como soube que a filha havia engolido as duas moedas. "Foi ela mesma que me disse assim que engoliu. No mesmo dia fui até o hospital, mas me disseram para eu dar bastante comida que ela colocaria para fora em até uma semana. Já são nove dias e as moedas continuam lá".
No primeiro exame de raio-x as moedas estavam localizadas no estômago. Por isso, a endoscopia foi feita somente neste órgão.
Até terça-feira o prontuário médico da Santa Casa de Pederneiras informava que a criança estava com febre. Nesta quarta-feira, a assessoria do HC afirmou que a temperatura da menina já voltou ao normal. Ana Júlia ficou internada desde quinta-feira (21) no Pronto-Socorro em Pederneiras.
Ocorrências e orientações
A pediatra da Faculdade de Medicina, Joelma Gonçalves Martin, afirmou na terça-feira ( que não há risco de saúde para a menina. “Não há problema ela estar com as moedas, principalmente se elas se localizarem no estômago. Em geral, 99% dos casos de crianças que sofrem a ingestão da moeda, elas eliminam esse corpo estranho em até uma semana. Portanto, não há maiores problemas de as moedas ficarem ali até poder ter um procedimento para poder retirar as mesmas”.
saiba mais
Toda vez que uma criança engole um corpo estranho ela deve passar por atendimento médico para ser feito um exame de raio-X. Dois a três casos por mês de ingestão de corpo estranho, em média, são registrados na pediatria do HC. “É preciso que identifique o posicionamento desse corpo estranho dentro do trato digestivo. Se estiver no esôfago, ela precisa ser retirada. Se ele migrar para o estômago aguardamos mais um pouco para ver se a pessoa elimina espontaneamente”, explica a profissional.
A moeda é redonda e não tem material tóxico para o organismo. A pediatra alerta sobre outros objetos. “Tomar cuidado com materiais pontiagudos e de metal e também baterias de aparelhos eletrônicos. As baterias podem causar a corrosão das mucosas e têm que ser retiradas”.
Joelma Gonçalves Martin também lembra a diferença de procedimento em relação ao caso de a criança se engasgar. “Se ela estiver com tosse efetiva, deixa tossir que o objeto será deslocado e vai para o estômago. Agora, se ela não estiver tossindo e, sim, engasgando, a criança pode estar roxa, com falta de ar e não consegue falar tem algumas técnicas. Mas se ela estiver inconsciente, tem que ir imediatamente procurar o Pronto-Atendimento”.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

FEBRE ALTA

A febre é um mecanismo de defesa do organismo fazendo parte da resposta imunológica a diversos fatores: Infecções, doenças reumatológicas, tumorais, corpo estranho e há também a febre de origem psicogênica.
 
A temperatura do corpo atinge seu nível mais baixo entre as 2 e as 4 horas da manhã, e ainda é relativamente baixa na hora que acordam, subindo lentamente até atingir entre as 18 e as 22 horas o ponto máximo ( até 37.5) sendo considerado febre-temperatura acima de 37.8.

O organismo infantil geralmente tolera bem a febre. Admite-se mesmo que o aumento de temperatura concorra para aumentar as eficiência das defesas do corpo contra infecção. A intensidade da febre não é sinal de gravidade da doença.
Existem alterações concomitantes a febre como, perda de apetite, sonolência, dores no corpo, irritabilidade.

Quando a temperatura ultrapassa 38º C deve-se utilizar antitérmicos banhos mornos, roupas frescas e administrar muitos líquidos para as crianças. Os sinais e sintomas associados a febre devem ser observados e a criança encaminhada para o serviço médico.
O que aterroriza os pais em relação a febre é a convulsão febril que se instala quando a temperatura aumenta bruscamente em crianças sensíveis.

Estudos mostram que a convulsão febril é benigna que não há prejuízo na capacidade neurológica.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

AFOGAMENTO - COMO EVITAR E CUIDADOS

No Brasil, afogamentos são a segunda causa de morte e a sétima de hospitalização, entre os acidentes, na faixa etária de 1 a 14 anos. Segundo o Ministério da Saúde, em 2010, 1.184 crianças de até 14 anos morreram vítimas de afogamentos, o que representa uma média diária de quase 3 óbitos. É importante salientar que os perigos não estão apenas nas águas abertas como mares, represas e rios. Para uma criança que está começando a andar, por exemplo, três dedos de água representam um grande risco. Assim elas podem se afogar em piscinas, cisternas e até em baldes, banheiras e vasos sanitários.
 

Outro fator que contribui para que o afogamento seja um dos acidentes mais letais para crianças e adolescentes é que o mesmo acontece de forma rápida e silenciosa. Vamos imaginar um banho de banheira de um bebê:
 

• Ao deixar a criança na banheira para pegar uma toalha: cerca de 10 segundos são suficientes para que a criança fique submersa;
 
• Ao atender ao telefone: apenas 2 minutos são suficientes para que a criança submersa na banheira perca a consciência;
 
• Sair para atender a porta da frente: uma criança submersa na banheira ou na piscina entre 4 a 6 minutos pode ficar com danos permanentes no cérebro.
 
Como proteger a criança de um afogamento
  

Um adulto deve supervisionar de forma ativa e constante as crianças e adolescentes, onde houver água, mesmo que saibam nadar ou que os lugares sejam considerados rasos. Seguem algumas dicas para prevenir afogamentos com crianças:
 
• Esvazie baldes, banheiras e piscinas infantis depois do uso e guarde-os sempre virados para baixo e longe do alcance das crianças;
 
• Mantenha baldes com água no alto, longe do alcance das crianças;
 
• Conserve a tampa do vaso sanitário fechada, se possível lacrada com algum dispositivo de segurança “à prova de criança” ou mantenha a porta do banheiro trancada;
 
• Mantenha cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos trancados ou com alguma proteção que não permita “mergulhos”;
 
• Piscinas devem ser protegidas com cercas de no mínimo 1,5 m que não possam ser escaladas e portões com cadeados ou trava de segurança que dificultem o acesso dos pequenos;
 
• Alarmes e capas de piscina garantem mais proteção, mas não eliminam o risco de acidentes. Esses recursos devem ser usados em conjunto com as cercas e a constante supervisão dos adultos;
 
• Grande parte dos afogamentos com bebês acontece em banheiras. Na faixa etária até dois anos, até vasos sanitários e baldes podem ser perigosos. Nunca deixe as crianças, sem vigilância, próximas a pias, vasos sanitários, banheiras, baldes e recipientes com água;
 
• Evite brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e reservatórios de água;
 
• Saiba quais amigos ou vizinhos têm piscina em casa e quando levar a criança para visitá-los, certifique-se de que será supervisionada por um adulto enquanto brinca na água;
 
• Boias e outros equipamentos infláveis passam uma falsa segurança. Eles podem estourar, virar a qualquer momento e ser levados pela correnteza. O ideal é que a criança use sempre um colete salva-vidas quando estiver em embarcações, próxima a rios, represas, mares, lagos e piscinas, e quando estiver praticando esportes aquáticos;
 
• Crianças devem aprender a nadar com instrutores qualificados ou em escolas de natação especializadas. Se os pais ou responsáveis não sabem nadar, devem aprender também;
 
• Muitos casos de afogamentos aconteceram com pessoas que achavam que sabiam nadar. Não superestime a habilidade de crianças e adolescentes;
 
• No mar, a vala aparenta uma falsa calmaria, mas representa o local de maior correnteza que leva para o alto mar. Ensine a criança a nadar transversalmente à vala até conseguir escapar ou a pedir socorro imediatamente;
 
• O rápido socorro é fundamental para o salvamento da criança que se afoga, pois a morte por asfixia pode ocorrer em apenas 5 minutos. Por isso é tão importante que pais, responsáveis, educadores e outras pessoas que cuidam de crianças aprendam técnicas de primeiros socorros;
 
• Tenha um telefone próximo à área de lazer e o número do atendimento de emergência (SAMU: 192 e Corpo de Bombeiros: 193).
 
Ensine a criança:
 
• Sempre nadar com um companheiro. Nadar sozinho é muito perigoso;
 
• Respeitar as placas de proibição nas praias, os guarda-vidas e verificar as condições das águas abertas;
 
• Não brincar de empurrar, dar “caldo” dentro da água ou simular que está se afogando;
 
• Saber ligar para um número de emergência e passar as informações de localização e do que está acontecendo em caso de perigo.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

DENGUE COMO COMBATER : Citronela, o repelente ecológico

Essa planta é parecida com a erva-cidreira e de suas folhas é retirado um óleo capaz de deixar os bichos bem longe do corpo e do lado de fora dos ambientes. Tanto poder tem uma razão química: o óleo essencial tem mais de oitenta componentes, entre eles citronelal, geraniol e limoneno, agentes que afugentam moscas e mosquitos. O cheiro é semelhante ao do eucalipto e, segundo a aromaterapia, tem propriedades tônica, anti-séptica e desinfetante. Além do óleo essencial, é possível encontrar mudas da planta e vários produtos à base de citronela, como loções e sprays, para a pele, e velas e incensos, para a casa. O melhor para ambientes é usar o óleo essencial aquecido em difusor. Siga as receitas a seguir e aproveite os efeitos da citronela no corpo, nos ambientes e no jardim. 
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Óleo de citrolena para o corpo
Misture uma parte de óleo essencial de citronela (de boa procedência) com duas partes de óleo de amêndoa, uva ou camomila. Para bebês, a mistura pode ser mais diluída, feita com uma parte de óleo essencial para três de óleo-base.
Dentro de casa
Para ambientes com até 16 m2, pingue três gotas do óleo essencial de citronela na água de um difusor (peça de cerâmica encontrada em farmácias homeopáticas e casas especializadas em aromaterapia). Se necessário, renove a água com essência a cada cinco horas. A aromaterapeuta Maria Mizrahi recomenda ligar o aparelho duas ou três horas antes da utilização do ambiente, pois o aroma é cítrico e pode irritar as vias respiratórias ou causar sensação desagradável. 

No vaso, no canteiro e no jardim
Por ser um tipo de capim, a citronela é de fácil multiplicação e não requer grandes cuidados. Reparta as mudas (tiradas de uma touceira ou adquiridas em lojas de jardinagem), corte as folhas e enterre o talo verde com um chumaço de raiz numa cova de tamanho proporcional, cavada em lugar ensolarado. Cubra com terra misturada a material orgânico (esterco de galinha ou gado). A planta atinge 1 m de altura e de circunferência e não costuma atrair pragas.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

DOENÇAS RARAS E A LUTA CONSTANTE

Família faz campanha para realizar tratamento do filho em clínica no Peru.
Menina de 2 anos conseguiu terapia gênica pioneira em instituto da Itália.

 
Carlos Eduardo e Ana Carolina sofrem de leucodistrofia metacromática - Goiânia (Foto: Arquivo pessoal)Carlos Eduardo, de 4 anos, e Ana Carolina, de 2, têm leucodistrofia metacromática (Foto: Arquivo pessoal)
Uma família de GOIANIA que tem dois filhos com leucodistrofia metacromática, uma rara doença degenerativa, luta para tratar da doença. Após conseguirem um bom resultado para a filha de 2 anos com um tratamento na Itália, Ana Maria Miranda Fernandes, 25 anos, e  Wesley Fernandes Pereira, 36 anos, buscam agora uma terapia alternativa para o filho mais velho, Carlos Eduardo, de 4 anos.

Desde os 2 anos, Carlos Eduardo não se movimenta. Atualmente, ele não fala e se alimentar por meio de uma sonda. A única esperança para controlar os sintomas da doença, que levam à morte, é um transplante de células-tronco retiradas da medula óssea, que, além de caro, não tem reconhecimento científico. “Mesmo se não der certo, pelo menos eu tentei”, disse a mãe da criança.
Sem diagnósticos positivos para o filho no Brasil, Ana Maria buscou ajuda em uma clínica em Lima, capital do Peru. A criança já realizou a primeira etapa do procedimento experimental e agora os pais querem concluir o tratamento.

A busca de ajuda no exterior também foi o caminho encontrado para a filha mais nova , Ana Carolina, quando ela tinha apenas 1 ano. Mas em condições bem diferentes. A menina faz parte de um programa que alia células-tronco à terapia gênica realizado no Instituto São Rafael, em Milão, na Itália.
Crianças com leucodistrofia metacromática em Goiânia (Foto: Gabriela Lima/G1)
 
Ao lado do irmão Carlos Eduardo, Ana Carolina
se mostra ativa
 
A família já viajou duas vezes com a criança ao país europeu, onde recebeu atenção especializada. Nesse caso, todas as despesas, incluindo passagens, hospedagem e alimentação, foram pagas pela unidade de saúde estrangeira.
Para o neurologista infantil Helio Van der Linden, que cuida das duas crianças em Goiânia, o caso de Ana Carolina é, até o momento, um sucesso. No entanto, o especialista desaconselhou a ida dos pais ao Peru. Ele explicou o motivo: “Todo tratamento que não tem respaldo no meio médico, em fase de pesquisas, de maneira alguma pode ser comercializado. Não se pode cobrar para a realização de um tipo de tratamento que ainda não se sabe sobre a sua eficácia e, sobretudo, segurança”.
Apesar do alerta do especialista, após o tratamento de Ana Carolina, os pais concentraram as forças em Carlos Eduardo. Mesmo sabendo que um resultado igual ao da menina não é possível para o filho mais velho, Ana Maria e Wesley iniciaram uma campanha para tentar conseguir o dinheiro da viagem.

O custo é alto, estimado em cerca de R$ 135 mil. Só pelo procedimento a família deveria desembolsar US$ 65 mil, divididos em duas parcelas de U$ 32.500, uma para cada uma das visitas necessárias para as aplicações de células-tronco. Fora os gastos com passagem, alimentação e hospedagem para os pais e a criança.

Com a ajuda de uma paróquia da capital, os pais conseguiram parte do dinheiro para irem para o país vizinho em junho deste ano, quando Carlos Eduardo fez a primeira etapa do tratamento. Agora, precisam de uma nova aplicação nos próximos três meses, e a família corre contra o tempo para conseguir arrecadar o dinheiro que ainda falta para a viagem.

"Temos R$ 22 mil e um carro para leiloar, que sobraram da primeira etapa da campanha, mas precisamos de mais", contabilizou o pai da criança.

Crianças com leucodistrofia metacromática em Goiânia (Foto: Arquivo pessoal)Ana Carolina quando fez terapia gênica no hospital da Itália, em novembro de 2011 (Foto: Arquivo pessoal)

A família garante que Carlos Eduardo apresentou melhoras após a primeira aplicação. “Ele babava o tempo inteiro, agora não baba mais. Ele já consegue até engolir água e até mordeu meu dedo”, diz a mãe com empolgação.

Para o pai de Carlos, o filho está mais tranquilo. “Ele ficava muito nervoso, dava crises e chorava bastante”, relata.

Por questões éticas, o neurologista infantil Helio Van der Linden não comenta o tratamento ao qual Carlos Eduardo foi submetido. Mas o médico se mostrou bastante otimista com os resultados obtidos por Ana Carolina no Instituto São Rafael.


Drama
Ana Maria conta que o filho era um bebê normal, mas começou a apresentar dificuldades de locomoção pouco antes de completar o segundo ano de vida. "Ele estava ruinzinho para andar e, quando fez 2 anos, perdeu todos os movimentos. Foi muito rápido. O médico pediu uma ressonância e, antes de sair o resultado, ele não andava mais", lembra a jovem.
Daí em diante, a família começou a vivenciar um drama. "Foi um baque tão grande quando o médico falou que era uma doença degenerativa e não tinha cura. Procurei três neurologistas e eles eram bem pessimistas, falavam que o meu filho ia morrer", relatou.
Carlos Eduardo com a mãe, em Goiás (Foto: Gabriela Lima/G1)
Carlos Eduardo sorri ao ouvir conversa da mãe
 
Para o pai de Carlos, o primeiro anos o surgimento do problema foi o mais difícil. "Foi um período de muito sofrimento, meu filho não tinha acompanhamento médico e nenhuma expectativa positiva", relata.

Mas os pais de Carlos Eduardo não desistiram. Pesquisando na internet, Ana Maria encontrou um caso semelhante ao do filho que estava sendo tratado no Peru. A possibilidade acendeu as esperanças, mas duas barreiras impediam a família de seguir em frente: o alto preço cobrado e a incerteza da idoneidade da clínica.

O casal continuou a peregrinação em busca de um especialista que desse alguma esperança. Os pais de Carlos Eduardo chegaram, então, ao neuropediatra Hélio Van Der Linden Júnior, no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), em Goiânia. Apesar de confirmar o diagnóstico dos outros especialistas, Van Der Linden alertou a família para outra questão importante: a filha menor provavelmente teria a mesma doença.

De acordo com o neurologista infantil, geralmente, após a leucodistrofia metacromática se apresentar em um filho do casal, o irmão mais novo também é acometido pela doença. O diagnóstico precoce aumenta as chances de tratamento.

Com a ajuda do médico, os pais conseguiram incluir a filha mais nova na terapia experimental realizada na Itália. A família viajou para a Europa em outubro de 2011.

No primeiro mês, Ana Carolina passou por uma bateria de exames. Havia sinais da doença nos nervos e uma ressonância magnética apontou uma mancha na cabeça da menina.

Em novembro, a menina passou por uma etapa de terapia gênica e ficou 48 dias internada. No mês de maio, a família voltou com Ana Carolina para a Itália. Ela passou por uma nova bateria de exames e, segundo os pais, tudo parecia bem. “Ela fez outra ressonância e a mancha na cabeça desapareceu”, conta a avó, a costureira Ivanilde Miranda Rocha, 47 anos, que acompanhou todo o processo.

Crianças com leucodistrofia metacromática em Goiânia (Foto: Arquivo pessoal)
 
Ana Carolina durante tratamento na Itália, em 2011
 
Na última semana, recebeu a visita de uma equipe médica italiana, que avaliou o estado da menina. Atualmente, Ana Carolina vive como uma criança normal. É sapeca, se comunica bem e corre por toda a casa.

“Esse tratamento foi tudo, porque, se não tivesse feito, agora ela estaria igual ao Carlos”, diz a mãe. A inclusão de Ana Carolina no programa do hospital italiano só foi possível porque a doença foi descoberta nos primeiros meses de vida da criança.

Carlos Eduardo não teve a mesma oportunidade. Quando os pais obtiveram o diagnóstico do problema, ele já havia perdido todos os movimentos.

Esperança

 Já se passaram nove meses desde que Ana Carolina se submeteu à terapia experimental na Itália. Até agora, ela não desenvolveu os sintomas clássicos e graves da doença. Continua andando, falando, correndo, com desempenho cognitivo normal para a sua idade.

Na atual idade dela, Carlos Eduardo já não andava mais. “Caso ela não tivesse sido submetida ao tratamento, já teria manifestado sinais clínicos da doença, da mesma forma como aconteceu com seu irmão. Contudo, ainda há um longo período de seguimento e realização de exames para que o tratamento seja considerado curativo de maneira definitiva”, disse o médico Van der Linden.

“Caso se confirme o sucesso que todos esperamos no caso da Ana Carolina, será sem dúvida uma janela de oportunidade que se abre para o tratamento de doenças genéticas e degenerativas. O uso de células-tronco e a terapia gênica são a esperança de milhões de pacientes”, explicou o neurologista.

Pioneirismo

 O neurologista infantil Helio Van der Linden informou que o Instituto São Rafael, em Milão, tem desenvolvido uma linha de pesquisa baseada em terapia gênica nas doenças lisossomais, grupo que inclui boa parte das leucodistrofias. Este tratamento consiste no transplante, com a obtenção de células-tronco do tecido da medula óssea do próprio paciente, e a incorporação e integração do gene da enzima deficiente, a arisufatase A, através da utilização de um vetor viral. Esse vírus seria capaz de levar para dentro do núcleo das células-tronco obtidas o material genético capaz de produzir a enzima.

Carlos Eduardo e Ana Carolina sofrem de leucodistrofia metacromática - Goiânia (Foto: Arquivo pessoal)
Carlos Eduardo antes de apresentar os primeiros
sintomas da doença
 
Após a reimplantação destas células no organismo do paciente, as células descendentes das enxertadas seriam capazes de migrar para região encefálica atingida, que passaria a estabilizar a evolução da doença e até reverter os danos em fases iniciais.

Este tratamento pioneiro está cadastrado como protocolo clínico de pesquisa, é experimental e altamente complexo. Não existem centros no Brasil que conduzam este tipo de pesquisa. “Como o grupo da Itália está recrutando pacientes das formas infantil tardia e juvenil precoce para tal tratamento, fizemos contato com a Dra. Alessandra Biffi, que aceitou a introdução da Ana Carolina no protocolo e o tratamento foi realizado”, explicou o médico.

Doença
A leucodistrofia metacromática é uma doença geneticamente determinada bastante rara que leva a uma destruição da mielina, um tipo de “encapamento” do nervo que permite que o estímulo se propague, explicou o especialista em neurogenética Fernando Kok, do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP). A falta de produção da enzima conhecida como arilsulfatase A, segundo o médico, é a causa do mal que leva à perda da coordenação motora, da habilidade de andar, falar, ouvir, enxergar e interagir.

Estima-se que este tipo de leucodistrofia ocorra em 1 para cada 100 ou 200 mil nascimentos, sendo encontrado no mundo todo. Não há dados estatísticos brasileiros. Segundo Fernando Kok, ele é mais frequente quando os pais são de alguma forma aparentados.

Crianças com leucodistrofia metacromática em Goiânia (Foto: Gabriela Lima/G1)
 
Pais de Ana Carolina e Carlos Eduardo acreditam
em melhora dos filhos
 
O tratamento no Brasil que se mostrou mais efetivo contra leucodistrofia metacromática é o transplante de medula óssea. No entanto, deve ser realizado antes do aparecimento dos sintomas da doença. "Ele atenua o seu curso, mas não evita o aparecimento dos sintomas, especialmente nas formas de início precoce", explicou o especialista.

De acordo com Kok, existem estudos no país conduzidos com apoio de laboratórios farmacêuticos, de se realizar a infusão da enzima deficiente (arilsulfatase A) por meio de uma cânula inserida diretamente no cérebro. A expectativa é de que esta enzima seja capturada pelas células e, com isso, se conseguiria repor a enzima deficiente, evitando a instalação/progressão dos sintomas. No entanto, o especialista destaca que as pesquisas estão em fase "bastante inicial".

Sobre a busca de tratamentos oferecidos por clínicas no exterior, o neurogeneticista afirma que os procedimentos alternativos são realizados, na sua maior parte, em países que carecem de uma regulamentação. Segundo ele, o que é feito na China, no Peru, em Barbados e na Ucrânia não tem acompanhamento apropriado, aprovação por comissão de ética em pesquisa e validação científica.
"É muito importante que existam terapias inovadoras para doenças até o momento sem tratamento efetivo, mas isto tem de ser feito com supervisão externa, aprovação da comissão de ética, acompanhamento adequado e objetivos mensuráveis. Tem ainda que, obrigatoriamente, ser gratuitas", avalia Fernando Kok.

Para ajudar

 As pessoas que quiserem ajudar a família podem contribuir com doações para a Agência 7934 na Conta Poupança 06325-1/500 do Banco Itaú, no nome de Carlos Eduardo Fernandes Rocha. Para informações o telefone disponível é (62) 9257-0083. O extrato mensal da conta é afixado no mural da Igreja Sagrada Família, na Vila Canaã, em Goiânia.

Células-tronco

As células-tronco são células que possuem grande capacidade de transformação e, por isso, podem dar origem a diferentes tecidos do corpo humano. Elas são retiradas principalmente do cordão umbilical e da medula óssea.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

OBESIDADE INFANTIL AINDA MAIS CEDO

Crianças enfrentam doenças relacionadas à obesidade cada vez mais cedo
Tratamentos para a obesidade infantil

Prevenir o ganho de peso das crianças e evitar uma evolução para o quadro de obesidade é o grande desafio atual dos pediatras brasileiros. O número de crianças pequenas acima do peso é cada vez maior: dados do IBGE já mostraram que em meninos e meninas entre 5 e 9 anos as taxas de obesidade cresceram cerca de quatro vezes em um período de dez anos, de 4,1% a 16,6% e 2,4% para 11,8%, respectivamente. Por isso, crianças estão apresentando doenças antes quase que exclusivas de adultos, como a síndrome metabólica, convivendo com hipertensão, colesterol alto e diabetes desde cedo.
Diante desse quadro, existe a necessidade de frear esse crescimento o mais depressa possível. "A percepção dos pais é totalmente equivocada. Muitos não reconhecem que o filho está acima do peso e outros acham que gordura é saúde", explica Virgínia Rezende Silva Weffort, presidente do departamento de nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Cuidado começa no pré-natal — Em geral, o momento mais claro do acúmulo de gordura começa na faixa dos dois anos de idade, quando a criança começa a ter acesso a outros alimentos e uma dieta menos restritiva. Também nessa fase, a ida ao pediatra fica cada vez menos frequente – ocorrendo somente por conta de doenças pontuais. "O pediatra precisa assumir o papel de alertar a família. Ele sabe quando a curva do peso não está bem. Mesmo que o pai leve só para tratar uma amigdalite, é preciso alertar. Mas eles não fazem isso, ficam constrangidos de falar em obesidade quando o motivo da consulta é outro", diz Durval Damiani, endocrinologista pediátrico do Hospital das Clínicas de São Paulo.
As orientações de uma dieta ideal para a prevenção da obesidade devem começar desde o pré-natal. Weffort explica que as placas de gordura nos vasos começam a ser formadas dentro do útero, por conta da influência da dieta da mãe e de fatores genéticos. Depois do nascimento, a formação ocorre de acordo com a alimentação complementar da criança. "Quanto pior a alimentação, mais rápido as placas podem se formar. Isso aumenta a pré-disposição para hipertensão, diabetes, acidente vascular cerebral, entre outros", diz Virgínia Weffort.
Até o sexto mês do bebê, é preciso garantir que a alimentação ocorra somente por leite materno, já que pesquisas mostram que isso diminui o risco de se tornar uma pessoa obesa no futuro. Na alimentação complementar, os pais costumam errar nos ingredientes da papinha. Em vez de repetir o mesmo sabor várias vezes na semana, é preciso variar os sabores, com todos os nutrientes e não só carne – por exemplo.
Exemplo dos pais — No momento em que a criança começar a partilhar dos hábitos alimentares da família, é preciso redobrar a atenção. O exemplo dado pelos pais é importante nessa transição e pode determinar o peso futuro da criança. "Muitas mães estão obesas. Quando elas escutam que o filho está acima do peso, dizem que só eles precisam fazer dieta", afirma Weffort. Cada paciente tem uma história diferente, por isso, pediatras devem adotar estratégias que funcionem para cada criança. "Precisamos entender melhor a obesidade. Existe uma relação genética, a diferença de paladar, se você gosta ou não de determinados alimentos, se faz ou não atividades físicas", diz Durval Damiani.
O endocrinologista acredita que é preciso haver uma mobilização dos médicos, das famílias e também das escolas — não só no ensino de uma nutrição ideal, como também na disponibilização de produtos mais saudáveis. "Todo mundo sabe que tratamento da obesidade implica em adoção de hábitos saudáveis como dieta e exercício. Agora, depois que ela está instalada é muito mais difícil para o paciente. Por isso, a importância da prevenção", diz Damiani. Segundo ele, as taxas de sucesso de tratamento de obesidade em crianças é muito baixa e não passam de 10% nos pacientes que conseguem retornar para o peso normal.
Algumas estratégias podem ajudar na reeducação alimentar e pequenas perdas e mudanças de hábitos são capazes de reduzir os riscos relacionados a doenças que surgem com o excesso de peso. Confira na lista abaixo:



QUANTIDADE

A redução do tamanho das porções é uma estratégia eficaz para ser adotada. Não é preciso excluir e substituir todos os alimentos que a criança gosta, apenas reduza a quantidade consumida.



NOVIDADE

Em um segundo momento, os pais devem apresentar e estimular o consumo de alimentos que a criança nunca provou. É possível dar um visual diferente para saladas e legumes, por exemplo.



PREPARO

Mudar o preparo dos alimentos reduz significativamente a quantidade calórica presente neles. Por exemplo, substituir um filé à parmegiana com batatas fritas por um bife grelhado e batatas assadas.



ENSINO

Quando a criança tiver idade suficiente para entender, vale a pena explicar o papel dos alimentos para uma vida saudável e sem complicações de saúde.






ATIVIDADE

Indica-se limitar o tempo de atividade sedentária (televisão, computador, videogame) até duas horas por dia. Além disso, é preciso estimular a prática de 60 minutos diários de atividade física.