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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Doenças em bebês são mais comuns até o 1º mês

A principal causa de morte entre as crianças está relacionada à qualidade gestacional. Maioria adquire doenças antes do 1º mês de vida



Em 2009, 61% das crianças que morreram no Ceará foram por doenças que se manifestaram no período perinatal, tempo que vai da gestação até 28 dias depois do nascimento do bebê. As enfermidades estão relacionadas, principalmente, a transtornos respiratórios e cardiovasculares específicos.









O dado, ainda que alarmante, revela a proporcionalidade da causa em relação ao número total de mortes, que vem diminuindo de 2005 a 2009. Em 2005, foram 2.566 óbitos de crianças no Ceará, sendo 1.459 mortes por afecções no período perinatal. Em 2009, foram 2.039 mortes, sendo 1.249 relacionadas ao mesmo motivo.







As estatísticas são parte do relatório Situação de Saúde do Ceará, divulgado este ano pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). O documento é o mais recente panorama acerca da mortalidade e da morbidade dos cearenses, com estudos que envolvem períodos de até 10 anos. Desde segunda-feira (29), O POVO traz matérias que abordam as principais causas de mortes entre cearenses, buscando compreender o que o Estado tem feito para diminuir os índices negativos.







As malformações congênitas, deformidades e anomalias genéticas são apontadas como a segunda maior causa das mortes entre as crianças nascidas vivas, em 2009, seguidas pelas doenças do aparelho respiratório, com destaque para a pneumonia.







Para a coordenadora do núcleo Saúde da Criança e Aleitamento Materno, da Sesa, Diva Fernandes, a mortalidade referente às enfermidades surgidas no período perinatal não é fácil de ser reduzida, já que depende da qualidade de tratamento do período gestacional e neonatal. “São vários fatores: o tempo em que a mãe inicia o pré-natal interfere no bom desenvolvimento do bebê, a assistência médica na hora do parto para resolver casos inesperados, a alimentação adequada, no caso da mãe não ter leite, são alguns exemplos”.







Conforme explica Diva, um perfil aproximado das mães que perdem seus bebês está quase sempre relacionado a comunidades mais pobres, sem tanto acesso às informações.







Ela aponta também uma grande dificuldade para se estabelecer uma rede de assistência à mãe mais eficiente no Estado. “A grande rotatividade de profissionais do Programa de Saúde da Família (PSF). Onde se chega, principalmente no interior do Estado, se encontram equipes incompletas, com ênfase para a falta de médicos”. A falha, segundo ela, se reflete na deficiência do atendimento da demanda.











ENTENDA A NOTÍCIA



A mortalidade infantil vem diminuindo no Ceará. Ainda assim, é grande a preocupação do Estado com as enfermidades que afetam bebês ainda no período gestacional e nos primeiros dias de vida.







MORTALIDADE INFANTIL NO CE







Número de nascidos vivos



2000 - 143.393



2005 - 140.035



2009 - 131.393





Número de mortes de crianças



2000 - 3.801



2005 - 2.566



2009 - 2.039





Causas da mortalidade (2009)



1º - afecções originadas no período perinatal (Transtornos respiratórios e cardiovasculares ou infecções específicas) -1.249 casos





2º - Malformações congênitas deformidades e anomalias genéticas -

346 casos









3º - Doenças do aparelho respiratório (principalmente, pneumonias) - 108 casos







4º - Doenças infecciosas e parasitárias (principalmente, diarreia) - 111 casos.
Fonte: O Povo